Quem Somos

O Meliponário Rei da Mandaçaia é um empreendimento familiar especializado na criação, conservação e manejo de Abelhas Nativas Sem Ferrão, com ocorrência natural no estado da Bahia, estamos a mais de 30 anos criando, multiplicando e contribuído para preservação destes pequenos magníficos animais.

O nosso empreendimento é cadastrado no IBAMA CTF: 1681253 e na Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), e enquadrado na Lei Estadula: Nº 13.905 DE 29 DE JANEIRO DE 2018.

Aqui em nosso site é possível encontrar fotos da produção e muitas informações a cerca desta atividade, nosso meliponário principal está situado no Distrito de Hidrolândia - Uibaí e em Cruz das Almas no Recôncavo da Bahia.

Responsáveis Técnicos Eng. Agrônomos:

MSc. Márcio Pires de Oliveira /CREA:BA40051

Dra. Polyana Carneiro dos Santos

Email: meliponarioreidamandacaia@hotmail.com

Siga nossa pagina ://www.facebook.com/reidamandacaia/

Instagran: https://www.instagram.com/reidamandacaia/?hl=pt-br

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Visita em meliponários em Tanque Novo Bahia


Em visita à Tanque Novo Bahia, Cidade 16.463 habitantes. Fica distante 766 km, da capital, Salvador é uma referência comercial, na região.
Porém a visita tinha o intuito de visitar o meu amigo e cliente Delissandro Carneiro, meliponicultor cheio de caprichos criador de Jataí, Mandaçaia anthidioides, Uruçú verdadeira e agora também de Mandaçaia mandacaia, fui na companhia de meu amigo e também meliponicultor Thiego Novais do "Meliponário do Oeste" foi um final de semana muito produtivo trocamos muitas experiências e abelhas já que o Delissando tem muita preocupação com a genética de suas abelhas principalmente das Uruçús, que não são de ocorrência naquela região por isso o motivo da preocupação em sempre colocar genética nova no seu plantel, tive também a oportunidade de conhecer o restante de sua bela família um pessoal muito simpático e atencioso, como também conhecer outros meliponicultores da região.
 Delissandro Carneiro seu filho ao lado de sua esposa dona Fernanda Carneiro.
Capricho na ornamentação bastante decorativa uma obra de arte
Colmeia de Melipona quadrifasciata anthidioides colmeia tipo INPA 14x14 interno
Thiego (Meliponário do Oeste) admirando a perfeição e a decoração das colmeias feitas pela  esposa do Delissandro.
Caixas modelo INPA feitas com madeira de "Umburana" com encaixe perfeitos segunda melgueira com muito mel.
Delissandro Carneiro apreciando o movimento de entrada e saída de suas abelhas
Coisa de mulher, porém muito bom gosto a decoração parabéns dona Fernanda Carneiro
Bela varanda com cactus ornamentais
São cerca de 100 colmeias  distribuídas em cavaletes individuais que irão trocados por prateleiras em breve.
 Colmeia de Uruçú (Melipona scutellaris) coberta com lajotas de cerâmica, apesar de não ser local de ocorrência da especie, os enxames vem se desenvolvendo de forma espetacular parabéns Delissandro e a genética Rei da Mandaçaia.
Belo enxame de Uruçú muito forte populoso. 
Melgueira de jataí abelha muito produtiva lá em Tanque Novo, chega a produzir 1 litro por colmeia fato muito raro aqui na minha região!
Jataí em colmeia tipo "Sobenko" com 3 melgueira
Pelo pito de entrada  já podemos imaginar.
Melgueira de Jataí com muito mel apesar da seca histórica aqui na Bahia.
Fotos:Márcio Pires


domingo, 28 de outubro de 2012

QUINTAIS AGROFLORESTAIS: PROJETO DA EBDA PARA CONVIVÊNCIA COM SEMIÁRIDO

Café orgânico de alta qualidade  produzido em sistema agroflorestal na Terramater Ibicoara Bahia.

Diversos programas e projetos são realizados pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), órgão da Secretaria da Agricultura (Seagri), para implementação da agricultura familiar na Bahia. Para enfrentar o longo período de estiagem e consolidar políticas públicas estruturantes de convivência com o semiárido serão implantados quintais agroflorestais, com base agroecológica, em propriedades de agricultores. A prestação de serviços de assistência técnica e de educação continuada para os camponeses também é uma das metas a serem atingidas.
A ideia é transformar áreas de 1,6 mil metros quadrados, dentro das propriedades, em agroflorestas, com a plantação de pés de frutas resistentes ao clima do semiárido, como o umbuzeiro, o cajueiro e o abacaxi. Além de introduzir plantas nativas no local, a exemplo da palma, e lavouras anuais, como feijão, milho e macaxeira. “Não é algo novo, é uma ciência também vinculada à tradição da agricultura realizada pelos camponeses ao longo dos séculos”, disse o diretor de agricultura da EBDA, João Bosco. 
Para cada quintal, também serão disponibilizados três caixas de meliponas para criação de abelhas nativas e reservatórios para produção de biofertilizantes – um preparado composto por esterco fresco, pó de rocha e micro-organismos. Outra ação é a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater) nas propriedades, por meio do acompanhamento semanal de funcionários da EBDA, além do incentivo para criação de galinhas caipiras e outros animais de pequeno porte.
Na primeira etapa, ocorrerão, ainda este mês, capacitações de técnicos e agricultores. Mais: aquisição de insumos e equipamentos para iniciar os primeiros trabalhos de manejo do solo e plantio de mudas nos quintais das propriedades de agricultores inseridos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf B) que possuem renda bruta de até R$ 3 mil por ano.
O projeto tem duração de três anos e é financiado pelo Fundo Estadual de Combate e Erradicação à Pobreza (Funcep). “Portanto, o público a ser atendido é composto por agricultores que estão em situação de maior fragilidade socioeconômica, para proporcionar também segurança alimentar na região do semiárido”, justificou Bosco. Serão priorizados assentados de reforma agrária, quilombolas, indígenas, extrativistas, agricultores familiares, com atenção especial para jovens e mulheres.
No primeiro ano, serão implantados 1,5 mil quintais agroflorestais. No ano seguinte, dois mil, e, no último ano de vigência, 1,5 mil – totalizando cinco mil. Além de capacitações para que produtores rurais se tornem aptos a conduzir os quintais produtivos, com práticas agroecológicas em suas propriedades.
Definição
Quintais agroflorestais são áreas destinadas ao plantio de um conjunto de espécies de planta, cultivos alimentares e criação de animais domésticos, geralmente localizadas dentro da propriedade rural. Entre os resultados da implantação e manutenção dos quintais estão recuperação, conservação e aumento da fertilidade do solo e uma fonte alternativa de renda para o agricultor. “É um sistema de produção diversificado, que evita a monocultura e favorece o aumento da biodiversidade; proporciona a recuperação e a retenção de água nos solos”, explicou o diretor de agricultura da EBDA.
Um melhor aproveitamento da água, como a reutilização da quantidade que é usada para lavar pratos e roupas, por exemplo, na irrigação de salvação de mudas, também faz parte dos direcionamentos da proposta da agroecologia, na qual os quintais produtivos estão inseridos. “A empresa tem a diretriz, desde o início da minha gestão, em priorizar a capacitação de técnicos e agricultores a partir da perspectiva agroecológica, como alternativa para a agricultura familiar, por ser uma ciência socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável”, afirmou o presidente da EBDA, Elionaldo de Faro Teles.
Desafios para implantação dos sistemas
Um dos desafios para implantar os sistemas é despertar o interesse em agricultores e técnicos, além de desmistificar alguns preconceitos, a exemplo de que é impossível inseri-los em locais com escassez de água. “É possível desenvolver quintais agroflorestais em regiões semiáridas, por meio do manejo da vegetação existente, com a realização de podas e utilização das folhagens para cobrir o solo. Assim, são evitados a evaporação e o assoreamento do terreno”, afirmou o engenheiro agrônomo Daniel Dourado. 
Ele citou ainda os trabalhos realizados pela ONG Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, no sertão de Pernambuco, como um exemplo consolidado da viabilidade dos sistemas agroecológicos para o desenvolvimento da agricultura familiar sustentável. “Um dos eixos estratégicos de atuação da organização é o fortalecimento dos processos de produção da agricultura familiar para a transição agroecológica, com resultados significativos”.
Do ponto de vista ético, os quintais também causam o mínimo de impacto para o meio ambiente. Sob a ótica social, promovem a segurança alimentar das famílias. Portanto, segundo Dourado, introduzir esses conceitos no dia a dia de 100 técnicos extensionistas, que serão capacitados por meio do projeto, é outra meta. “A intenção também é proporcionar a troca de saberes populares e científicos durante a introdução de técnicas de transição e sistemas agroflorestais, e assim validar metodologias participativas”.

Fotografias da capacitação ocorrida entre os dia 22 e 27 de outubro na hospedaria camponesa Terra Mater de propriedade do Sr. Adeodato Menezes e sua esposa  Telma Ribeiro em Ibicoara, Chapada Diamantina Bahia.

Técnicos da EBDA Ivo e Derli, Sr. Odeodato Menezes da Terramater e Márcio Pires
Bela vista da comunidade Terramater
Facilidade da penetração do facão no solo evidenciado uma boa estruturação do mesmo.
A TERRAMATER fundou-se como “Comunidade Rural Alternativa”, inicialmente no município de Mata de São João Bahia, em 1978, nas margens do rio Jacumirin. Obedecendo um forte impulso interior, nos mudamos, 1983, para a Chapada Diamantina, esse belíssimo território com peculiar “pertencimento”, um planalto no coração do semi-árido baiano. Região que se destaca e se projeta por suas encantadoras e misteriosas belezas naturais, cenários histórico do coronelato, do latifúndio, do cangaço, da coluna Prestes, do garimpo do ouro e do diamante, e das belas arquiteturas coloniais de suas cidades e da cultura acolhedora dos seus povos.
Situada no município de Ibicoara, no alto do divisor das águas das bacias do Rio Paraguaçu e do Rio de Contas, numa altitude de 1.200 m, o que nos proporciona um agradável clima semi temperado, numa área com muitas matas nativas, no nascedouro protegido do riacho dos Macacos, que abastece a sede do Município, e forma o Rio Sincorá, que por sua vez margeia a belíssima cadeia das Serras do Sincorá, e deságua no Rio de Contas.



Técnicos capacitados pela EBDA para o programa Quintais Agroflorestais. 

Colmeia de Apis ocupada por abelha "Mandaçaia" Melipona quadrifasciata anthidioides 
Abelha mandaçaia

Preparação de biofertilizante orgânico
Eu tomando um sol, pense num lugar frio.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

SEMANA ENTOMOLÓGICA DA BAHIA (SINSECTA)

A SINSECTA marca a comemoração dos 20 anos de criação do Grupo de Pesquisa Insecta da atual UFRB e englobará diversos Simpósios, além da décima edição anual do Curso sobre criação de abelhas sem ferrão do Grupo Insecta:
III Simpósio sobre Defesa Agropecuária
II Simpósio Baiano de Biodiversidade de Insetos e suas Interações com as Plantas
Simpósio sobre Formigas Poneromorfas
Simpósio Baiano sobre Abelhas e Polinização
Simpósio Baiano sobre Meliponicultura X Curso Anual sobre Criação de Abelhas sem Ferrão (Meliponicultura)

A SINSECTA será no Campus da UFRB, em Cruz das Almas-BA, entre 03 e 09 de dezembro de 2012, e é uma realização:
Grupo de Pesquisa Insecta/CCAAB/UFRB - 20 anos
Câmara Setorial das Cadeias Produtivas da Apicultura e Meliponicultura do Estado da Bahia/SEAGRI-BA
Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias/CCAAB/UFRB
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal/CCAAB/UFRB
Programa de Pós-Graduação em Zoologia/DCBIO/UEFS
Programa de Pós-Graduação em Agronomia/UESB
Programa de Pós-Graduação em Genética, Biodiversidade e Conservação/DCBIO/UESB
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Biomonitoramento/IB/UFBA
Mestrado Profissional em Defesa Agropecuária/CCAAB/UFRB/EMBRAPA/ADAB
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano/IFBAIANO
Agência de Defesa Agropecuária da Bahia/ADAB
Associação de Apicultores do Recôncavo/AAR
Rede Baiana de Polinizadores/REPOL

Público Alvo:
Profissionais das áreas de Ciências Agrárias e Biológicas e afins,
estudantes de graduação, pós-graduação e ensino tecnológico, agricultores, pecuaristas, apicultores/meliponicultores,
empresários do agronegócio e o público em geral.

Programação:
Mesas Redondas e Palestras;
Apresentação de Trabalhos (oral);
Curso;
Exposições;
Oficinas;
Veja a programação completa : http://www.sinsecta.com.br/documentos/programacao-sinsecta2012.pdf
Inscrições:http://www.sinsecta.com.br/

Realização
Apoio

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

POLINIZADORES NO BRASIL



Por terem um papel crítico na conservação da biodiversidade e na agricultura, os agentes polinizadores são uma preocupação mundial. Sistematizar o conhecimento adquirido sobre o tema no Brasil, nos últimos anos, é o objetivo do livro Polinizadores no Brasil – Contribuição e perspectivas para a biodiversidade, uso sustentável, conservação e serviços ambientais, que será lançado nesta quinta-feira (26/07), durante o 10º Encontro sobre Abelhas de Ribeirão Preto, na cidade do interior paulista.
Produzido pelo Grupo de Pesquisa de Serviços Ambientais do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), o livro é resultado de pesquisas que envolveram 85 pesquisadores de 36 instituições científicas, com a finalidade de conhecer a situação dos polinizadores do Brasil, seu impacto na agricultura, na biodiversidade e no agronegócio.
A publicação deriva de estudos apoiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Fundo Setorial do Agronegócio. Essas pesquisas, por sua vez, tiveram base nos resultados do Projeto Temático “Biodiversidade e uso sustentável de polinizadores, com ênfase em abelhas Meliponini”, coordenado por Vera Lucia Imperatriz Fonseca e realizado no âmbito do programa BIOTA-FAPESP.
Coordenadora do Grupo do IEA, Fonseca também liderou a organização do livro. Os outros organizadores e vice-coordenadores do grupo são Antonio Mauro Saraiva, da Escola Politécnica da USP, e Dora Ann Lange Canhos, do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria). Fonseca atualmente é professora visitante sênior na Universidade Federal Rural do Semiárido.
“O Projeto Temático, encerrado em 2010, foi muito bem-sucedido e, além de possibilitar a formação de pessoal especializado, até hoje apresenta resultados na forma de publicações e teses. O livro é o primeiro documento em português que aborda o conhecimento atualizado sobre polinizadores no Brasil, tanto em áreas naturais como em agroecossistemas”, disse Fonseca à Agência FAPESP.
A qualidade da pesquisa realizada no Temático, segundo Fonseca, foi reconhecida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ganhando uma menção honrosa da edição 2011 do Prêmio Capes de Tese Edição e duas indicações para a edição de 2012.
Segundo Fonseca, a preocupação mundial com os polinizadores tem aumentado, uma vez que o seu declínio tem consequências desastrosas tanto para a biodiversidade como para o agronegócio.
Os riscos de perda dos serviços de polinização são especialmente graves quando a agricultura é dependente de uma espécie de polinizador. “O livro está sendo publicado em um momento importante, no qual o desaparecimento das abelhas começa a ser notado também no Brasil”, disse Fonseca.
Segundo ela, o desaparecimento das abelhas foi detectado em 2007 no hemisfério Norte. Na América do Norte, a perda tem sido de 30% das colônias por ano, com necessidade de importação de abelhas para promover a polinização na agricultura. Na Comunidade Europeia, a perda também é expressiva e preocupante. No Brasil, os primeiros casos foram detectados em 2011.
“O livro tem o objetivo de apresentar o tema com foco no Brasil, mas com um resumo da situação global, incluindo uma proposta de estratégia de desenvolvimento da área para o Brasil”, disse Fonseca.

Ação humana
Segundo Fonseca, o livro não esgota o assunto, mas representa uma mobilização sem precedentes da comunidade brasileira de estudos sobre abelhas e polinizadores. “Além dos resultados das nossas pesquisas, o livro também tem o objetivo de formular uma política pública para polinizadores”, disse.
Temas como a importância da paisagem agrícola na manutenção dos serviços dos polinizadores e a necessidade de aumentar o número de coleções biológicas para o estudo da fauna de abelhas são alguns dos destaques do livro. A obra aborda também espécies invasoras e o efeito das ações antrópicas sobre a conservação e uso dos polinizadores.
“Outro destaque é a questão do desaparecimento das abelhas, que permeia todo o livro. O conhecimento começa a avançar nessa área e o livro mostra como esse desaparecimento pode ter ligação com alterações comportamentais humanas – como aumento do uso de pesticidas – e alterações climáticas que podem fragmentar populações desses animais”, explicou Fonseca.
A primeira parte do livro consiste em um estudo da conservação de biomas e as síndromes de polinização e polinizadores vertebrados, apresentando uma lista inédita desses agentes reunida por especialistas brasileiros.
“Nas partes subsequentes, temos uma série de artigos que tratam de polinizadores como besouros e mariposas, mas concentram-se nas abelhas, os polinizadores mais manejados para a agricultura”, disse Fonseca.
Os artigos tratam também de bases de dados de plantas e polinizadores, dos métodos de avaliação de biodiversidade, das coleções de polinizadores e informatização dos acervos, da construção de palinotecas (coleção de grãos de pólen) e sua importância para manejo de polinizadores.
“O livro apresenta ainda uma série de estudos de caso que utilizam a modelagem preditiva como método de comunicação com os tomadores de decisão, abordando eventos climáticos previstos pelo IPCC. Toda a parte de modelagem foi desenvolvida no Projeto Temático”, disse Fonseca.
Polinizadores no Brasil – Contribuição e perspectivas para a biodiversidade, uso sustentável, conservação e serviços ambientais
Organizadores: Vera Lucia Imperatriz Fonseca, Antonio Mauro Saraiva e Dora Ann Lange Canhos.
Lançamento: 2012
Preço: R$ 130
Páginas: 488
Mais informações: www.edusp.com.br/detlivro.asp?ID=413445
Fonte:http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=26833&secao=Notícias
Foto: Divulgação

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Processo de reavaliação de agrotóxicos é iniciado no Ibama

Brasília (19/07/2012) – Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira (19/07) um comunicado do Ibama que dá início formal ao processo de reavaliação de agrotóxicos associados a efeitos nocivos às abelhas. Quatro ingredientes ativos que compõem esses agrotóxicos serão reavaliados: Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil. O primeiro a passar pelo processo de reavaliação será o Imidacloprido, que é a mais comercializada destas quatro substâncias. Só em 2010, empresas declararam ao Ibama a comercialização de 1.934 toneladas de Imidacloprido, cerca de 60% do total comercializado destes quatro ingredientes.
Esta iniciativa do Ibama segue diretrizes de políticas públicas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) voltadas para a proteção de polinizadores. As diretrizes do MMA acompanham a preocupação mundial sobre a manutenção de populações de polinizadores naturais, como as abelhas. A decisão do Ibama se baseou em pesquisas científicas e em decisões adotadas por outros países.
Estudos científicos recentes indicam que o uso destas substâncias é prejudicial para insetos polinizadores, em especial para as abelhas, podendo causar a morte ou alterações no comportamento destes insetos. As abelhas são consideradas os principais polinizadores em ambientes naturais e agrícolas, e contribuem para o aumento da produtividade agrícola, além de serem diretamente responsáveis pela produção de mel.
Como medida preventiva, o Ibama proibiu provisoriamente a aplicação por aviões de agrotóxicos à base de Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil em qualquer tipo de cultura. O uso de inseticidas que contem esses ingredientes ativos por meio de aplicação aérea tem sido associado a morte de abelhas em diferentes regiões do país, o que motivou a proibição.
No prazo de três meses as empresas produtoras de agrotóxicos devem incluir uma frase de alerta para o consumidor nas bulas e embalagens de produtos que contenham um ou mais dos compostos químicos destacados na portaria. A mensagem padrão informará que a aplicação aérea não é mais permitida e que o produto é tóxico para abelhas. Além disso, constará da mensagem que o uso é proibido em épocas de floração ou quando observada a visitação de abelhas na lavoura.
Segundo o coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, Márcio de Freitas, “ as medidas adotadas pelo Ibama visam proteger este importante serviço ambiental de polinização, que comprovadamente aumenta a produtividade agrícola. O intuito da reavaliação é contribuir para agricultura e apicultura brasileiras.” Das 100 culturas agrícolas produzidas que representam 90% da base de alimento mundial, cerca de 70 % são polinizadas por abelhas, completou o coordenador-geral.
Ao final do processo de reavaliação, o Ibama poderá manter a decisão de suspensão da aplicação por aviões destes produtos, ou revê-la. Caso o resultado dos estudos indiquem, o instituto poderá adotar outras medidas de restrição ou controle destas substâncias.

Veja aqui a norma publicada no DOU
Confira a frase de advertência que deverá ser incorporada às bulas e embalagens do produtos que contém Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil:
Este produto é tóxico para abelhas. A aplicação aérea NÃO É PERMITIDA. Não aplique este produto em época de floração, nem imediatamente antes do florescimento ou quando for observada visitação de abelhas na cultura. O descumprimento dessas determinações constitui crime ambiental, sujeito a penalidades.”
Talitha Monfort Pires
Ascom Ibama
Foto: Andrej Gogala

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A MELIPONICULTURA ESTÁ DE LUTO


Texto do Sr. Paulo Menezes:

Dr. Renato barbosa de camisa azul com boná na mão, entre Sr. Chagas Carvalho e Paulo Menezes.

Conheci Renato Barbosa no Congresso de Apicultura e Meliponicultura de Florianópolis-SC em 2000 através dos amigos meliponicultores Chagas Carvalho e Selma Carvalho. Logo que fui apresentado ao mesmo, iniciamos uma conversa, e interessante, parecia que já o conhecia de longo tempo dado seu espírito alegre e bonachão. Sua prosa simples e agradável alegrava a todos, conquistando e cultivando amizades por onde passava. Logo no primeiro contato, me passou várias dicas sobre o manejo de nossas queridas abelhas que ele tanto amava, principalmente as Uruçus. O sugador dentário foi uma delas, que usava para coletar mel e até hoje utilizo com grande sucesso, graças a sua orientação. A partir de então, eu, Renato Barbosa, Chagas e Selma Carvalho formamos um quarteto que a cada congresso se integrava, se unia e consolidava uma amizade como a solidez de uma rocha monolítica. No congresso de Gramado-RS, final de maio próximo passado, o vi pela última vez. Como sempre, conversamos bastante, inclusive me relatou com detalhes uma viagem que havia feito recentemente ao velho continente (França e Holanda) dizendo na oportunidade, com seu jeito brincalhão, que na nossa idade tínhamos mesmo era que aproveitar bem o tempo pois já estávamos “descendo a ladeira”. Mal sabia que estava tão perto do fim da jornada. Renato faleceu no dia 15 de junho deixando seus amigos e a meliponicultura com um vazio enorme e um pesar incomensurável.

Texto e foto:Paulo Menezes

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Contato com agrotóxico torna abelha 'chata para comer', diz estudo


Mudança no apetite afeta sobrevivência de toda a colônia.
Inseticida usado em plantações afetou também comunicação da espécie.

Biólogos da Universidade da Califórnia, em San Diego, descobriram que uma pequena dose de um agrotóxico muda o apetite das abelhas, tornando-as “chatas para comer”. O contato com o agente químico diminuiu ainda sua habilidade de recrutar as companheiras para encontrar bons restos de comida, o que afeta a sobrevivência de toda colônia.
Os resultados dos experimentos foram detalhados na revista científica “Journal of Experimental Biology” nessa semana.
A pesquisa aborda as implicações da aplicação dos agrotóxicos nas safras polinizadas por abelhas e lança luz sobre um dos principais suspeitos por estar por trás das recentes quedas no número de colônias de abelhas: o inseticida imidaclopride.
O agrotóxico é usado em plantações, mas já foi banido em alguns países europeus.
Márcio Pires: Abelha Melipona mandacaia Smith em flor de maracujá 

A equipe de cientistas testou a ação de uma pequena dose do inseticida nas abelhas, na mesma quantidade do néctar que ela costuma se alimentar, e observou que o apetite delas mudou completamente. Elas deixaram de se alimentar de um tipo de néctar essencial para o sustento da colônia, explicou Daren Eiri, autor do estudo.
“Além disso, as abelhas geralmente recrutam suas companheiras para resgatar comida e gostam de fazer movimentos como uma dança. E nós descobrimos que essas [que tiveram contato com o agrotóxico] dançaram menos”, alertou Eiri.
Os estudiosos ainda detectaram que o contato com o agrotóxico afetou o sistema de comunicação das abelhas.
“A exposição ao agrotóxico considerado seguro pode afetar negativamente a saúde das colônias de abelhas”, disse James Nieh, a professor de biologia da Universidade de San Diego, o outro autor do estudo.

Foto:Márcio Pires
Fonte: SiteG1

sábado, 26 de maio de 2012

I SINSECTA Semana Entomológica da Bahia Cruz das Almas-BA, 03 a 09 de dezembro de 2012


I SINSECTA
III Simpósio sobre Defesa Agropecuária
II Simpósio Baiano de Biodiversidade de Insetos e suas Interações com as Plantas 
Simpósio sobre Formigas Poneromorfas
Simpósio Baiano sobre Abelhas e Polinização
Simpósio Baiano sobre Meliponicultura
X Curso Anual sobre Criação de Abelhas sem Ferrão (Meliponicultura)


quarta-feira, 23 de maio de 2012

O árduo e insalubre trabalho de cuidar das minhas abelhas Uruçús!

Meliponário Rei da Mandaçaia "Recôncavo"
Sinceramente amigos leitores não aguento mais essa vida dura que ando tendo com minhas funcionarias, pois, tenho tido muita dor de cabeça com esses zumbidos ensurdecedores deste vai e vem frenético, não sei para que tanta gente produzindo mel!
Eu exausto depois do trabalho experimentando um melzinho no pote não aguento mais essa vida dura!
Baden Bell meu sócio, o unico problema na nossa sociedade, é que eu faço investimentos e ele só retirada! veja a cara de satisfação da figura rsrsrs.
Essa postagem além de ser uma brincadeira, serve para mostrar que é possível   com um mínimo de dedicação criar abelhas,  seja para exploração de produtos como mel, pólen, enxames ou até mesmo hobby sem a necessidade de dedicação exclusiva, que é o meu caso já que moro e trabalho em Canarana-Bahia a 500 km de Cruz das Almas local onde crio minhas Uruçús  já que na minha região ela não ocorre, o único trabalho periódico com elas é de alimentação artificial que é feito pela a Sra. Nádia Rodrigues mãe do meu sócio Baden Bell que também trabalha na região de Irecê, o manejo mais especializado (divisão, seleção, melhoramento) é feito por nós quando temos a oportunidade de viajar a Cruz das Almas, na postagem anterior vocês viram Pedrinho de menos de 2 anos já ensaiando o manejo dessas abelhas que é muito simples podendo ser feito por crianças, mulheres e idosos além, de ser uma atividade muito prazerosa,  também,  gera renda para criador.
Brincadeiras a parte, hoje contamos com plantel com genética diversificada com abelhas da Mata Atlântica e Chapada Diamantina.  Temos enxames com aptidões especificas para produção de  mel, pólen, produção de enxames, geoprópolis ),  fruto de um trabalho que estamos fazendo a mais de dois anos sempre selecionando os melhores enxames em locais de ocorrência no estado da Bahia.
Fotos/video: Márcio Pires


domingo, 15 de abril de 2012

Pedrinho mais um parceiro do Rei da Mandaçaia

Apesar da minha pouca idade, já crio abelhas sem ferrão a quase 22 anos, poderia ser a mais tempo se meu pai tivesse feito o que meu sócio Baden Bell de Cruz das Almas tem feito com seu filho Pedro Navarro (Pedrinho), que já tem contato coma as abelhas sociais sem ferrão com apenas um ano e meio de idade.
Para trabalhar com as abelhas sem ferrão não é necessário equipamento de proteção, e até uma criança como Pedrinho pode ser seu ajudante, como vocês poderão observar nas fotos e no vídeo, além de estar incentivando esta criança a ser uma protetora de nossas abelhas sem ferrão.
Este vídeo mostra Pedro Navarro (Pedrinho), filho do meu sócio Baden Bell e Gabriela Navarro de Cruz das Almas - Bahia, alimentando abelhas uruçú verdadeira. Com apenas um ano e meio, Pedro já mostra desenvoltura e nenhum medo das nossas abelhas, já pensou quando este chegar a idade de Paulo Nogueira Neto e com a experiência do Dr. Rogério Alves ! rsrsrs









Fotos: MárcioPires




segunda-feira, 9 de abril de 2012

Polinização de abelhas poderá agregar valor a propriedades rurais

Fepagro tem projeto de pesquisa sobre a polinização na canola
Fepagro tem projeto de pesquisa sobre a polinização na canola
O incentivo à polinização das abelhas por produtores rurais poderá passar a agregar valor econômico às propriedades, conforme modelo defendido pelas Organizações das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). As estratégias para valoração econômica da polinização na agricultura comercial foram debatidas em Brasília durante reunião de avaliação do projeto “Conservação e Manejo de Polinizadores para Agricultura Sustentável por meio de uma Abordagem Ecossistêmica”, promovido pela FAO e integrado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). 
Durante o evento, também foram apresentados os resultados preliminares da pesquisa de monitoramento da polinização da canola, da qual faz parte a Fepagro, em conjunto com a Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) e a Universidade de Caxias do Sul (UCS). As primeiras conclusões da pesquisa, realizada em Guarani das Missões, apontam para uma relação estreita entre a produtividade da cultura da canola e a densidade de polinizadores nas propriedades. Esse resultado pode estar relacionado aos percentuais de fragmentos de matas nas propriedades rurais estudadas. 

O aumento do valor das propriedades rurais que incentivem a ação das abelhas, através de medidas práticas como, por exemplo, a manutenção de áreas de mata, foi tema de um workshop com especialistas da Argentina, da África do Sul, da França e do Reino Unido, além da representante da FAO, Nadine Azzu. “A ideia é estabelecer um valor financeiro para os serviços dos polinizadores (Serviços do Ecossistema) em culturas agrícolas”, explica Sídia Witter, pesquisadora da Fepagro que participou do encontro. 
Além da canola, alvo de pesquisa no Rio Grande do Sul, o projeto das Nações Unidas também engloba o estudo da polinização em outras seis culturas agrícolas no Brasil: algodão, caju, castanha, maçã, melão e tomate. O trabalho dos pesquisadores iniciou em dezembro de 2010, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e posteriormente, sendo encampado pela FAO. Os resultados finais do projeto devem ser apresentados no final de 2012. A reunião em Brasília ocorreu entre os dias 27 e 30 de março, no Centro de Convenções Israel Pinheiro. 

Clarice Gontarski Speranza (MTb 7085) 
Divisão de Comunicação Social da Fepagro 
Foto: Fernando Dias

terça-feira, 3 de abril de 2012

Bahia sofre efeitos devastadores com seca mais longa dos últimos 30 anos

É com lagrimas nos olhos e muita tristeza que faço essa postagem, pois é muito difícil ver a sua região ser manchete do Jornal Nacional, o principal jornal televisivo do país.
Assunto: a seca, que já é a maior nos últimos 40 anos nesta região (na Bahia, a maior em 30 anos).
Irecê ocupa posição de status por ser a maior cidade da microrregião, tendo a maior população, e por ser a mais evoluída tecnologicamente.O município é famoso e reconhecido pelo grande potencial agrícola e agropecuário, tendo recebido o título de "Cidade do Feijão" pelas grandes safras colhidas aqui nas décadas de 1980 e 1990.
O município, em seus tempos áureos foi o primeiro produtor de feijão do nordeste, e o segundo do País.
A economia do município e região é baseada na produção agrícola de policultura, dando-se destaque além da produção de mamona e feijão, à produção de cebola, tomate, beterraba, cenoura, pinha (que também tem grande destaque na região); baseia-se também a economia na pecuária e no comércio local, que há muito se desvinculou da produção agrícola, tornando-se logo auto-suficiente.
Seu comércio é destaque no cenário estadual, a cidade é o centro da região com muitas lojas de todos os segmentos e grupos empresariais.
Está passando a ser conhecida também como polo de vestuário, onde muitos comerciantes locais passaram a se tornar atacadistas e varejistas, alavancando assim a economia do município.. A microrregião de Irecê é composta por 19 municípios, segundo o IBGE: América Dourada, Barra do Mendes,Barro Alto, Cafarnaum, Canarana, Central, Gentio do Ouro, Ibipeba, Ibititá, Irecê,Itaguaçu da Bahia, João Dourado, Jussara, Lapão, Mulungu do Morro, Presidente Dutra,São Gabriel, Souto Soares e Uibaí.
Pois é coisa aqui na Bahia princialmente no sertão não vão boas para nossos irmãos agricultores, aqui em algumas cidades não chove a meses, isso se 150mm de chuva desde outubro de 2011 até agora pode ser chamado de chuva, a coisa não vai bem nem mesmo para as abelhas, como vocês poderão ver no final do vídeo pegando água no chafariz!
No final colocarei algumas fotos do desespero das Apis a procura de alimento, já nem estou podendo mexer em minhas abelhas para evitar pilhagem pelas Apis.

Reportagem do site G1,

 
Um drama atinge milhões de brasileiros e produz efeitos devastadores na economia e na vida das famílias, principalmente das regiões mais pobres. Moradores da Bahia estão sofrendo com a seca, considerada pelas autoridades a mais longa dos últimos 30 anos. A reportagem é de José Raimundo.
Nos pastos, pouca comida. O capim já secou. O gado está morrendo de fome. O jeito é carregar a palha do milho que o sol não deixou colher. É assim que o pecuarista João de Farias, de 94 anos, tenta salvar os bezerros.
“Se o gado enfraquecer e começar a cair, está morto", diz.
Na região de Irecê, a que mais produz feijão no Nordeste, as perdas na lavoura passam de 80%. Há escassez de água até no subsolo. Poços artesianos secaram. Os que ainda funcionam já dão sinais de que também estão se esgotando.
Para muitas comunidades do sertão da Bahia, o caminhão pipa é a única fonte. Quem recebe a água que ele traz tem a obrigação de dividir.
O trabalhador rural João Souza conta que cerca de 40 famílias, ou 130 pessoas, se abastecem em sua casa.
Barragem de Mirorós. Uma reserva que acumula 170 milhões de metros cúbicos de água. O lago se espalhava por 15 quilômetros. Encolheu tanto que não passa de três quilômetros.
Desde que foi inaugurada, há 28 anos, a barragem nunca esteve desse jeito. A água já desceu 33 metros. Está muito abaixo até do limite mínimo previsto na régua de medição. Hoje, o reservatório tem apenas 8% do volume normal. Se descer mais três metros, o abastecimento da região entra em colapso.
“Nós temos que ter agora essa prioridade para o abastecimento humano, sob pena de interrupção total do fornecimento em no máximo seis meses", alerta Raimundo Neto, gerente da Empresa de Água da Bahia.
São 14 cidades atendidas pela barragem. Na maioria dos povoados da área, água, só dois dias da semana. Um canal que abastece a produção irrigada logo vai secar. O fornecimento para os 220 lotes do projeto já foi cortado.
Os produtores colhem os últimos cachos das bananeiras que foram plantadas no ano passado. Os plantios mais novos não vão produzir.
“A gente está acostumado a plantar e colher. Agora, sem água não tem como colher", diz o agricultor Cláudio Pinheiro.
Dos 417 municípios da Bahia, 186 já decretaram estado de emergência. São mais de dois milhões de baianos sofrendo com a falta de chuva.

Situação das abelhas na região: 
Abelhas Arapua e Sanharol  coletando excrementos de cigarrinhas

 Abelhas ASF coletando excrementos de cigarrinhas em pés de amora


Desespero das Apis em busca de alimento

Apis pilhando enxames de Mandaçaia devido a escassez de floradas.

Disputa pelo alimento derramado.

Amontoado de abelhas brigando por alimento, situação muito triste de se ver, só mesmo Deus para nos ajudar.

Fotos situação das abelhas: Márcio Pires

sábado, 24 de março de 2012

Técnica produz abelhas rainhas da espécie jataí in vitro

 

Pesquisador observou condições naturais das colônias para reproduzí-las em laboratório

Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, um estudo inédito sobre o comportamento das abelhas Tetragonisca angustula propiciou a reprodução in vitroda espécie a fim de multiplicar suas colônias.
Como explica o biólogo Mauro Prato, grande parte dos alimentos do tipo hortifruti que o homem consome vem de plantas polinizadas por abelhas. Assim, a manipulação das colônias pode ter grande influência para a produção de alimentos. 
A pesquisa Ocorrência natural de sexuados, produção in vitro de rainhas e multiplicação de colônias em Tetragonisca angustula (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) foi dividida em três etapas: o monitoramento do que acontece dentro da colônia (para entender a reprodução natural das abelhas rainhas e com que frequência elas e os machos são produzidos); a produção in vitro das rainhas (possível por causa dessa observação prévia) e a multiplicação da colônia. A espécie utilizada, conhecida como jataí, é nativa do Brasil e não possui ferrão. Prato enfatiza que o estudo também pode servir para a maioria das outras abelhas do tipo. O orientador da pesquisa foi o professor Ademílson Espencer Egea Soares.
Observando a Tetragonisca angustula em condições naturais, o biólogo constatou que o que determina qual larva vai virar uma abelha rainha ou uma operária é a quantidade de alimento oferecido a ela. Algumas das células presentes nos favos são maiores do que as outras, e se uma célula é maior, vai receber mais alimento. Desta célula, emerge uma rainha. Nesta observação do processo natural, Prato coletou o alimento produzido pela própria colônia que seria utilizado para a produção da rainha, além de larvas em seu período inicial de desenvolvimento. Em laboratório, reproduziu artificialmente as células reais, com tamanho exatamente igual às encontradas na natureza, e ofereceu a elas o alimento retirado da natureza (55 microlitro de alimento para cada célula, também um número exatamente igual ao observado). Este processo, que ocorre dentro de uma estufa, é a produção in vitro de rainhas. “Fizemos em laboratório o que as operárias fazem dentro da colônia”, conta. Este processo aumenta o número de rainhas, que, na natureza é considerado baixo. “Mas não é que seja realmente baixo, é o suficiente para as abelhas se multiplicarem. Porém, para o produtor, em grande escala, esse número não é o suficiente, o que mostra a utilidade deste processo”, acrescenta o biólogo.

 
Produção in vitro de rainhas: larvas em desenvolvimento

Depois do nascimento das rainhas, é feita a multiplicação das colônias. O processo se dá por meio da retirada de material (como favos de cria, abelhas operárias jovens e alimentos) de um dos ninhos de um meliponário (o local aonde se criam as colônias). Foram formadas várias minicolônias e em cada uma introduziu-se uma rainha produzida em laboratório para ser fecundada por um macho. Por causa disso, o pesquisador também fez uma observação prévia da produção de machos para poder sincronizar a sua produção com a fecundação das abelhas. As minicolônias eram levadas para um ambiente externo para a fecundação com os machos e, ao fim desta etapa, o processo estava completo e a nova colônia estava formada.
Dificuldades
O processo descrito é um dos primeiros do tipo feito no País, e encontrou algumas dificuldades no começo de sua operação. Etapas como a transferência das larvas do ambiente natural para laboratório apresentaram obstáculos devido à grande mortalidade dessas larvas, que acabavam sendo feridas pelo estilete que conduzia o processo. Na outra transferência, que leva as minicolônias já prontas para o ambiente aberto, também houve muitas baixas. Fora isso, muitas das rainhas que saíram para o vôo nupcial (para serem fecundadas) não retornaram.
Houve também rejeição por parte das operárias em algumas rainhas. Pelo fato destas terem sido produzidas em laboratório, elas não possuíam o cheiro da colônia, o que fazia com que as operárias não as tratassem como rainhas, chegando a matá-las. Para contornar este processo, o pesquisador passou a manter a rainha presa dentro da colônia antes de liberá-la, para que pudesse se proteger das operárias e pegar o cheiro do ambiente.

Na foto, uma colônia grande e natural ao lado de duas mini colônias
Custo

A ferramenta desenvolvida pelo pesquisador é voltada ao produtor, que pode passar a oferecer muitas colônias para o serviço de polinização de algum cultivo. "A ocorrência de abelhas aumenta a qualidade e a eficiência da polinização, pode render frutos maiores, etc". O que poderia ser um problema é o custo da técnica, já que ela é experimental. Mas, segundo Prato, isso não é um motivo para preocupação. O pesquisador conta que a técnica em si é muito barata e não exige equipamentos sofisticados (o equipamento mais sofisticado utilizado foi a estufa, para manter as larvas em desenvolvimento), o que a torna acessível inclusive para o pequeno produtor.
O trabalho do biólogo recebeu o prêmio Prêmio Dow-USP de Inovação em Sustentabilidade, porque tem sua técnica apoiada nos quatro pilares da sustentabilidade: ecologia, já que os ninhos podem ser conseguidos na natureza sem causar impacto negativo na população selvagem e sem gerar resíduo poluente; sustentabilidade econômica, pela capacidade de gerar renda e independência econômica ao produtor; sustentabilidade social, pois pode ser praticada por grupos, como as cooperativas; e a sustentabilidade cultural, pois as abelhas são nativas, elas “são uma criação que faz parte da história das populações nativas da América do Sul e Central”, completa.
Mais informações: email mauro_prato@yahoo.com.br , com Mauro Prato 
FONTE
Agência USP de Notícias
Mariana Soares - Jornalista
Telefone: (11) 3091-4411 
E-mail: agenusp@usp.br