Quem Somos

O Meliponário Rei da Mandaçaia é um empreendimento familiar especializado na criação, conservação e manejo de Abelhas Nativas Sem Ferrão, com ocorrência natural no estado da Bahia, estamos a mais de 30 anos criando, multiplicando e contribuído para preservação destes pequenos magníficos animais.

O nosso empreendimento é cadastrado no IBAMA CTF: 1681253 e na Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), e enquadrado na Lei Estadula: Nº 13.905 DE 29 DE JANEIRO DE 2018.

Aqui em nosso site é possível encontrar fotos da produção e muitas informações a cerca desta atividade, nosso meliponário principal está situado no Distrito de Hidrolândia - Uibaí e em Cruz das Almas no Recôncavo da Bahia.

Responsáveis Técnicos Eng. Agrônomos:

MSc. Márcio Pires de Oliveira /CREA:BA40051

Dra. Polyana Carneiro dos Santos

Email: meliponarioreidamandacaia@hotmail.com

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PRODUÇÃO DE MEL TRANSFORMA VIDA DE AGRICULTORAS EM IRECÊ

A produção de mel, além de todos os benefícios que oferece à saúde e ao meio ambiente, está transformando a vida de mulheres que resolveram se dedicar à atividade na comunidade de Mocozeiro, em Irecê. Graças ao trabalho desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), através da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A (EBDA), a produção de mel tem significado a melhoria de vida de diversas famílias rurais, que têm no mel a sua fonte de renda extra.
Há cerca de dez anos, a apicultura era uma atividade pouco desenvolvida na região de Irecê, já que os agricultores familiares não apostavam na produção de mel como negócio em potencial. No entanto, com o desenvolvimento de novas tecnologias, a EBDA incentivou os agricultores do território a iniciarem a atividade sustentável, difundindo as tecnologias e proporcionando uma transformação na vida de diversas agricultoras que adotaram a apicultura.
No povoado de Mocozeiro, em Irecê, oito mulheres investiram na atividade e com a assistência das técnicas da EBDA, Marta Mendes e Maria José Oliveira, se organizaram e formaram a Associação dos Pequenos Produtores de Mocozeiro I (APAM). Atualmente, as agricultoras possuem 35 colmeias, de onde retiram a matéria-prima para produzir balas, bolos, geleias, sabonetes, shampoos, além do próprio mel in natura, que é vendido através da compra direta para prefeitura municipal e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Cada litro de mel é vendido, em média, por 10 reais, e os produtos derivados são comercializados em feiras e eventos locais.
A agricultora Maria Nita de Jesus conta que a assistência da EBDA foi o que as motivou. “Foi a EBDA que deu pra gente as primeiras instruções, ensinou sobre o manejo e hoje ajuda na organização e produção. A gente não faria nada sem a ajuda da EBDA aqui”, afirma a agricultora. Para a apicultora Iraci Gomes, foi a persistência que fez a atividade dar certo. “Nós lutamos muito e a ajuda da EBDA nos motivou; hoje o dinheiro do mel é a solução na hora do aperto”, afirma Santos.
A técnica Marta Mendes, responsável por inserir a apicultura na comunidade, se reúne semanalmente com a associação, passa as instruções técnicas, ajuda na organização das planilhas de custos e faz capacitações com ajuda das técnicas sociais da empresa. “A apicultura é mais do que uma atividade financeira para as mulheres, é uma ocupação saudável e uma paixão”, afirma a técnica.

Renda extra que se tornou renda fixa

A agricultora Jandira de Figueiredo foi a primeira a investir na apicultura no povoado de Mocozeiro II. “As abelhas viviam invadindo a minha casa, então um dia a técnica Marta sugeriu que eu construísse uma colmeia e tentasse produzir mel: foi o início de uma transformação na vida da minha família”, conta, com muita emoção, a agricultora. Ela e a técnica relembram como capturaram as primeiras abelhas e como construíram as primeiras colmeias, uma história de superação que resultou em sucesso.
Segundo a agricultora, logo nas primeiras safras, quando tinha cerca de quatro colmeias, os resultados e os lucros já foram bons, o que a motivou a continuar. “Resolvi construir e comprar mais colmeias, sempre com a supervisão de Marta”, explica Figueiredo. “Nós fomos aprendendo e crescendo juntas, uma incentivando a outra”, conta a técnica da EBDA.
Com os lucros da produção de mel, Jandira reformou sua casa, pagou a faculdade da filha em Salvador, e aumentou sua autoestima. Além dela e do marido, que deixou a agricultura para se dedicar à produção de mel, dois ajudantes auxiliam no manejo das abelhas. Hoje, oito anos após ter iniciado a atividade, a agricultora tem cerca de 90 colmeias, de onde tira mais de duas toneladas de mel a cada safra. O produto é vendido em baldes de 23 kg, cada um sendo comercializado a cerca de 80/90 reais. “Faço tudo com o maior carinho, pois a apicultura foi a melhoria da minha vida e da minha família; devo tudo o que tenho hoje ao mel. A apicultura é minha independência”, conclui Jandira de Figueiredo.

Fonte: - Assimp/EBDA
Foto: google imagens



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Parceria Rei da Mandaçaia em Cruz das Almas

A muito tempo gostaria de montar um meliponário com Melipona scutellaris(uruçú verdadeira), porém sempre fiquei limitado ao fator climático já que todos os outros meliponários estão localizados nas Caatingas do Semiárido. Apesar de já criar uruçús em Feira de Santana, não tinham o mesmo desenvolvimento se comparado às criadas em sua região de ocorrência natural, aqui na Bahia (Mata Atlântica a e Chapada   Diamantina).
Quando cheguei em 2010 a Cruz das Almas, cidade situada no Recôncavo Baiano local perfeito para montar um meliponário com uruçús, tive a oportunidade de poder implantar o tão sonhado meliponário, porém por morar em um "apertamento" e estar sempre viajando não tinha como cuidar das abelhas. Foi aí que tive a ideia de fazer uma parceria com o meu amigo do mestrado Baden Bell, que inclusive trabalha com melhoramento genético da abelha Melipona quadrifasciata anthidioides, aía coisa deslanchou, pois além de criarmos com todas as técnicas também estamos fazendo o melhoramento genético dos nossos enxames,  selecionando-os com qualidades desejáveis para o produtor como tamanho de potes, diâmetro dos discos de cria, docilidade, comportamento higiênico etc. O nosso intuito é de produzir enxames com qualidade genética diferenciada para comercialização.
Hoje estamos, modéstia parte, com um belo meliponário implantado, rústico todavia com toda a técnica moderna de criação para fornecer a criadores um material genético sem igual.

Baden Bell a esquerda e eu durante um translado de uma uruçú com ótimas características produtivas
Rainha inspecionando o alimento aprovisionado, observe que ela está  marcada no tórax para facilitar a identificação e o controle da idade da mesma
 Rainha fisogástrica, observe  ovos em seu abdômen  






Fotos:Márcio Pires


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Na trilha das abelhas


Estudos indicam que uma grande parcela, possivelmente maior que 50% da polinização de árvores na Amazônia seria de responsabilidade das abelhas sem ferrão. Isso mostra que elas são um dos principais polinizadores das angiospermas [subdivisão do reino vegetal que compreende as ‘plantas superiores, explica Carla Sayuri Eto Farias, bolsista de iniciação científica do Museu Goeldi que, orientada pelo entomólogo Orlando Tobias Silveira, inventaria as abelhas da subtribo Meliponina.
Com tamanha capacidade, esses pequenos insetos se tornam um dos grandes responsáveis pelo equilíbrio e reprodução florestal na região. Além de desempenharem atividades de enorme interesse aos homens, a exemplo da produção de mel, cera, e própolis. Ainda assim, estudos faunísticos sobre os Meliponina ainda são escassos. Faltam inventários, não há chaves de identificação recentes para os dois gêneros mais importantes, Melipona e Trigona.
Movida por essas razões Sayuri Eto realiza, desde 2009, o trabalho “As abelhas sem ferrão de Belém e arredores (Hymenoptera: Apidae, Meliponina)”. A pesquisa faz coletas e identificação de abelhas pertencentes a esse grupo específico com o objetivo de dar subsídios para um futuro inventário (descrição detalhada da fauna de abelhas) desses insetos na região de Belém.
Abelhas, mas sem ferrão – Se Meliponina é um nome difícil para se imaginar o bicho, basta saber, então, que abelhas desse grupo são peculiarmente conhecidas por não terem ferrão. Sendo assim, seus mecanismos de defesa são outros: elas podem atacar em massa, emaranhando-se entre os cabelos ou entrando nas orelhas.
Para desenvolver o estudo, Carla selecionou três tipos de áreas na cidade de Belém (PA) e na região metropolitana: fragmentos de floresta, área agrícola e áreas de centro urbano. “Queríamos ver a ocorrência dessas abelhas nessas áreas e fazer um comparativo. E falar um pouco da adaptação dessas abelhas nos diferentes espaços. Aqui em Belém, não temos estudo sobre isso”, justifica a pesquisadora.
Áreas definidas, iscas eram postas para atração das abelhas, posteriormente capturadas em redes entomológicas. Em seguida se iniciava a fase de análise em laboratório. Para identificar as espécies, foram feitas comparações com as que já existem na Coleção Entomológica do Goeldi, bem como através de consultas à literatura especializada e a colegas de outras instituições.
Sayuri já identificou nove espécies, a partir da análise de 2.190 indivíduos que pertencem ao grupo Meliponina. O destaque ficou para abelhas do gêneroTrigona, encontradas nas três áreas, o que, possivelmente, indicaria uma maior tolerância ecológica das espécies. 
No decorrer de 2011, a pesquisa prossegue, mas desta vez em uma área preservada de Belém, o Parque Estadual do Utinga. Isso significa que há uma expectativa de aumentar o número de registros, uma vez que numa fauna local, na Amazônia, espera-se que haja, em números aproximados, entre 50 e 60 espécies diferentes.
Mel – Esse tipo de pesquisa, além de contribuir para o conhecimento mais aprofundado da fauna amazônica, também pode fornecer dados para a elaboração de planos de manejo das espécies. Os Meliponina “são muito importantes como produtores de mel. É um tipo de mel que é explorado tradicionalmente pelos habitantes da região e, mais recentemente, tem havido bastante estudo para tornar a criação possível em escala comercial”, pondera o entomólogo Orlando Tobias.
No entanto, se por um lado já existe toda uma tecnologia de produção, além do próprio hábito de consumo de mel das abelhas introduzidas do gênero Apis, ainda há pouca utilização do mel das abelhas nativas. Explorar essa nova possibilidade comercial é algo que ainda está em fase de estudo.
“O processo ainda é muito rústico. Em São João de Pirabas, perto de Salinas, há associações e cooperativas nas quais eles fazem o trabalho de manejo. Isso também tem a ver com a educação ambiental, porque os meleiros (como são chamadas as pessoas que extraem mel das árvores) acabam derrubando a árvore para tirar só aquele mel e pronto. Aí acaba com a colônia de abelhas. Hoje em dia, há pesquisadores da Embrapa que estão trabalhando para poder ensinar os modos de manejo, que não causem nenhum problema para as abelhas, nem para a natureza”, finaliza Sayuri.
Texto: Diego Santos