Quem Somos

O Meliponário Rei da Mandaçaia é um empreendimento familiar especializado na criação, conservação e manejo de Abelhas Nativas Sem Ferrão, com ocorrência natural no estado da Bahia, estamos a mais de 30 anos criando, multiplicando e contribuído para preservação destes pequenos magníficos animais.

O nosso empreendimento é cadastrado no IBAMA CTF: 1681253 e na Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), e enquadrado na Lei Estadula: Nº 13.905 DE 29 DE JANEIRO DE 2018.

Aqui em nosso site é possível encontrar fotos da produção e muitas informações a cerca desta atividade, nosso meliponário principal está situado no Distrito de Hidrolândia - Uibaí e em Cruz das Almas no Recôncavo da Bahia.

Responsáveis Técnicos Eng. Agrônomos:

MSc. Márcio Pires de Oliveira /CREA:BA40051

Dra. Polyana Carneiro dos Santos

Email: meliponarioreidamandacaia@hotmail.com

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Instagran: https://www.instagram.com/reidamandacaia/?hl=pt-br

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mais um curso de criação de Abelhas Sociais Sem Ferrão ministrado em Cruz das Almas

Mais uma vez  o grupo INSECTA está de parabéns por mais um curso ministrado!

Desta vez foi um curso de capacitação direcionado para técnicos, agrônomos, biólogos e veterinários do Instituto Federal da Bahia (IFBahia), já que este instituto implantará um meliponário com finalidade de promover ensino, pesquisa e extensão em todos os seus campi aqui na Bahia.
As escolas da Rede Federal de Educação Profissional estão adquirindo, no seu centenário de existência, um novo perfil institucional. Surgidas no governo de Nilo Peçanha, em 1909, as Escolas de Aprendizes Artífices foram se aprimorando ao longo da sua história, passando por Escolas Técnicas Federais, Centros Federais e Escolas Agrotécnicas.
Em 29 de dezembro de 2008, foi sancionada a Lei n.o 11.892, criando os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF), comprometidos com a educação dos jovens e adultos brasileiros. Os institutos estão vinculados ao Ministério da Educação, possuem natureza jurídica de autarquia, sendo detentores de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar.
Em 2005, com a construção de mais 64 novas unidades de ensino foi lançada a primeira fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. No ano 2007, através do Decreto nº 6.095, de 24 de abril de 2007, foram estabelecidas as diretrizes para o processo de integração de instituições federais de educação tecnológica, objetivando a constituição dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs).
A segunda fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica tem como meta entregar à população mais 150 (cento e cinquenta) novas unidades, totalizando 354 (trezentos e cinquenta e quatro) unidades, até o final de 2010. O intuito é atender a todas as regiões do país, com oferta de cursos de qualificação, de ensino técnicos, superiores e de pós-graduação sintonizados com as necessidades de desenvolvimento local e regional.

Institutos Federais na Bahia

O Estado da Bahia foi contemplado com dois institutos: o Instituto Federal da Bahia (IFBahia), originado do Cefet-BA e o Instituto Federal Baiano, que se originou a partir da integração das Escolas Agrotécnicas Federais e das Escolas Médias de Agropecuária Regional da CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) do Estado da Bahia.
Os campi que compõem o Ifbaiano estão distribuídos pelo Estado e suas sedes estão nas seguintes cidades: Catu, Guanambi, Itapetinga, Santa Inês, Senhor do Bonfim, Teixeira de Freitas, Uruçuca, Valença e Bom Jesus da Lapa (em construção). O Instituto Federal Baiano tem como órgão executivo e de administração central a reitoria, instalada em Salvador.

  

    IFBaiano
  1. Reitoria
  2. Campus Bom Jesus da Lapa
  3. Campus Catu
  4. Núcleo Avançado Gov. Mangabeira do Campus Catu
  5. Campus Guanambi
  6. Campus Itapetinga
  7. Campus Santa Inês
  8. Campus Senhor do Bonfim
  9. Campus Teixeira de Freitas
  10. Campus Uruçuca 11. Campus Valença
INSECTA
O Núcleo de Estudo dos Insetos - INSECTA atua em atividades de ensino, formação de recursos humanos, pesquisa e extensão em Entomologia, e é composto por pesquisadores e estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em parceria com outras Instituições de Ensino e Pesquisa.
O principal objetivo do Núcleo INSECTA é gerar informações sobre a fauna entomológica, fornecendo subsídios para o conhecimento da diversidade dos insetos em ecossistemas agrícolas e naturais, manejo e conservação de espécies, além do controle populacional de insetos em áreas agrícolas.
Com sede física no Laboratório de Entomologia do Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, os pesquisadores do Núcleo possuem experiência e atuação em várias regiões do Estado da Bahia e do Brasil em diferentes campos da Entomologia.
Os componentes também estudam as relações tritróficas, a caracterização de produtos das abelhas (mel, pólen, própolis, geoprópolis), flora apícola e meliponícola.













Fotos: Márcio Pires

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O que é que o interior baiano tem?

Por José Luiz Vieira,


2400 km - foi essa distância aproximada que rodei com meu carro, desde Cuiabá, capital do Mato Grosso, até Canarana e Hidrolândia no interior da Bahia.
 Distrito de Hidrolândia, Uibaí-Bahia
Fotografia panorâmica Canarana-Bahia 
Objetivo: Visitar o Meliponário Rei da Mandaçaia e conhecer meu amigo até então virtual, Márcio Pires.
Apesar do cansaço dirigindo sozinho, o panorama de vegetação típica do semi-árido em muitos locais, a partir de Correntina, compensa qualquer esforço! Mais adiante, deixando para trás Santa Maria da Vitória e São Felix do Coribe, já na área próxima da grandiosa ponte sobre o Rio São Francisco em Bom Jesus da Lapa, surpreso deparei nas margens da rodovia, com imenso bananal a perder de vista, do Projeto Formoso, de ambos os lados da pista.
E divaguei: "Estranho, a dona Rede Globo e outros canais de TV quase sempre mostram miséria no nordeste como se esse fosse o denominador comum de toda região, e não é isso que vejo aqui nem na viagem que fiz anteriormente até o semi-árido da Paraíba..."
A partir de Ibotirama, peguei a BR que corta a Chapada Diamantina, com suas serras compondo um panorama majestoso - tantos grandes e pequenos detalhes compensam o esse desgaste físico.
Num e noutro ponto manchas de amarelo ouro das floradas dos ipês ou caraíbas. Deixando a região da Chapada, fui rumo ao sertão baiano!
Inesquecível acolhida tive em Canarana e Hidrolândia, na primeira, casa do João Neto, irmão de Márcio, e depois, em Hidrolândia, onde este mora com demais familiares... aliás, visita de vez em quando haja vista o curso de mestrado que faz em Cruz das Almas.
A atividade agrícola em Canarana é notável na produção de cebola, tomate, cenoura, dentre outros produtos relacionados a olericultura. Caminhões saem dali abastecidos rumo a grandes centros consumidores.

A beleza das abelhas indígenas da Bahia


Em Canarana, Márcio mantem diversas caixas de uruçú nordestina (M. scutellaris), rajadinha (M. asilvai), mandaçaia (M. q. anthidioides).
Já em Hidrolândia, caixas de Tubi (Scaptotrigona sp.) e mandacaia (M. mandacaia) - atenção é mandacaia mesmo, sem cedilha.
Márcio abriu diversas caixas para eu ver, e demonstrando idoneidade e respeito, na franqueza dizia "esta caixa não está boa e não vou lhe entregar coisa ruim" - quando um enxame, apesar de estabilizado, ainda estava desenvolvendo-se em razão de divisão mais recente.
Dificil não expressar encantamento com a beleza das Meliponas q. anthidioides e as Meliponas mandacaia, ambas com o abdomen preto, adornados com listas amarelas paralelas, na primeira entrecortado ao meio no seguimento, na segunda, listas contínuas paralelas.
Em Hidrolândia, pequeno distrito ao pé da serra, local muito bonito, aprendi um pouco mais sobre meliponicultura.
Márcio, didático e atencioso, num momento fez uma divisão para eu ver como era sua técnica, assim como o uso de alças que seriam de sobreninho, usadas como ninho também, portanto sem fundo fixo!

Explicou-me que procedendo dessa forma, facilita divisões futuras, sem ter que mexer manualmente nos discos de cria. Ao separar a alça superior (sobreninho) da alça ninho, já sai grudado naquela o numero de discos de cria ideal para formar um novo enxame. O resto do procedimento é o de praxe, deixando a nova caixa no local da antiga e esta, com a rainha, é colocada noutro ponto distante de onde estava. Resumo, suas caixas nunca tem a alça do ninho (rs!), são todas sobreninho. E perguntei, "Mas o furo de entrada aberto quando usamos ela como sobreninho mesmo?" -Elas simplesmente tampam, ou você tampa, ou elas usam as duas entradas até decidirem por si mesmas qual irão fechar... 
Valeu a aula, rápida e objetiva - vou usar o método praticado por ele. Simples e prático, sem muito contato manual com os discos de cria! Praticamene apenas o necessário para abrir o invólucro e visualizar a quantidade e qualidade dos discos, sem tocar neles, constatando a viabilidade da divisão ou não. 
De uma das caixas de mandacaia, ele coletou mel para que eu experimentasse! Desnecessário dizer, mas estava boooooom demais! Uma coisa é degustar mel comprado em garrafas, outra é tomar dele imediatamente após a coleta!

A visita a um criador de M. q. anthidioides em Canarana


Junto com João Neto, visitamos a casa do sr. Mariano, que não estava mas fomos atendidos por seu filho.
No amplo quintal nos fundos, sob o pé de tamarindo, diversas caixas compridas na horizontal (caixa baiana) com enxames super fortes de Mandaçaia. Márcio bateu numa delas - o que saiu de abelhas! A ponto do rapaz perguntar, se ele tinha batido em mais de uma caixa.

Deixando essa visita e procurando por mel de mandaçaia, descobrimos um senhor que tinha alguns litros pra venda, mas bem ao estilo rústico, sem coar...e com certeza, sem uso de seringas de sucção. Perito em méis, Márcio destampou as garrafas (tampa de sabugo de milho!) e apesar das impurezas, era mel puro. Fiquei com dois litros, dos 3 que tinha à venda. Já maturado, mantido fora de geladeira, mas em local fresco dentro da casa.
Interessante foi o aparte do meliponicultor das antigas, afirmou que tinha participado de um curso sobre o assunto envolvendo caixa racional INPA, mas "não gostei, prefiro assim, usando minhas caixas do jeito que sempre fiz".

As caixas dele são do modelo baiano. 


 
Momento da despedida

Boas recordações dessa viagem eu trouxe comigo para o Mato Grosso. O carinho da receptividade de todos os familiares de Márcio Pires e dele mesmo. De sua honestidade naquilo que vende e do compartilhar conhecimentos! Muito obrigado!

E também, a certeza de que meu país é rico em todas as regiões - antes de presumir ou prejulgar uma região geográfica nos seus aspectos socio-econômicos, primeiro tenho que me permitir conhecer pessoalmente, do contrário estarei formando uma opinião baseada em notícias da TV, nem sempre de acordo com a realidade.
O detalhe das casas de pedra na região rural dos familiares de Márcio, além do carinho do povo, da beleza das abelhas indígenas da Bahia, e do seu Pedro Vaqueiro, um sertanejo típico e orgulhoso de assim ser, trajado com roupas de couro, ficaram gravados para sempre no meu coração!"


Fotos: José Luiz

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PRODUÇÃO DE MEL TRANSFORMA VIDA DE AGRICULTORAS EM IRECÊ

A produção de mel, além de todos os benefícios que oferece à saúde e ao meio ambiente, está transformando a vida de mulheres que resolveram se dedicar à atividade na comunidade de Mocozeiro, em Irecê. Graças ao trabalho desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), através da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A (EBDA), a produção de mel tem significado a melhoria de vida de diversas famílias rurais, que têm no mel a sua fonte de renda extra.
Há cerca de dez anos, a apicultura era uma atividade pouco desenvolvida na região de Irecê, já que os agricultores familiares não apostavam na produção de mel como negócio em potencial. No entanto, com o desenvolvimento de novas tecnologias, a EBDA incentivou os agricultores do território a iniciarem a atividade sustentável, difundindo as tecnologias e proporcionando uma transformação na vida de diversas agricultoras que adotaram a apicultura.
No povoado de Mocozeiro, em Irecê, oito mulheres investiram na atividade e com a assistência das técnicas da EBDA, Marta Mendes e Maria José Oliveira, se organizaram e formaram a Associação dos Pequenos Produtores de Mocozeiro I (APAM). Atualmente, as agricultoras possuem 35 colmeias, de onde retiram a matéria-prima para produzir balas, bolos, geleias, sabonetes, shampoos, além do próprio mel in natura, que é vendido através da compra direta para prefeitura municipal e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Cada litro de mel é vendido, em média, por 10 reais, e os produtos derivados são comercializados em feiras e eventos locais.
A agricultora Maria Nita de Jesus conta que a assistência da EBDA foi o que as motivou. “Foi a EBDA que deu pra gente as primeiras instruções, ensinou sobre o manejo e hoje ajuda na organização e produção. A gente não faria nada sem a ajuda da EBDA aqui”, afirma a agricultora. Para a apicultora Iraci Gomes, foi a persistência que fez a atividade dar certo. “Nós lutamos muito e a ajuda da EBDA nos motivou; hoje o dinheiro do mel é a solução na hora do aperto”, afirma Santos.
A técnica Marta Mendes, responsável por inserir a apicultura na comunidade, se reúne semanalmente com a associação, passa as instruções técnicas, ajuda na organização das planilhas de custos e faz capacitações com ajuda das técnicas sociais da empresa. “A apicultura é mais do que uma atividade financeira para as mulheres, é uma ocupação saudável e uma paixão”, afirma a técnica.

Renda extra que se tornou renda fixa

A agricultora Jandira de Figueiredo foi a primeira a investir na apicultura no povoado de Mocozeiro II. “As abelhas viviam invadindo a minha casa, então um dia a técnica Marta sugeriu que eu construísse uma colmeia e tentasse produzir mel: foi o início de uma transformação na vida da minha família”, conta, com muita emoção, a agricultora. Ela e a técnica relembram como capturaram as primeiras abelhas e como construíram as primeiras colmeias, uma história de superação que resultou em sucesso.
Segundo a agricultora, logo nas primeiras safras, quando tinha cerca de quatro colmeias, os resultados e os lucros já foram bons, o que a motivou a continuar. “Resolvi construir e comprar mais colmeias, sempre com a supervisão de Marta”, explica Figueiredo. “Nós fomos aprendendo e crescendo juntas, uma incentivando a outra”, conta a técnica da EBDA.
Com os lucros da produção de mel, Jandira reformou sua casa, pagou a faculdade da filha em Salvador, e aumentou sua autoestima. Além dela e do marido, que deixou a agricultura para se dedicar à produção de mel, dois ajudantes auxiliam no manejo das abelhas. Hoje, oito anos após ter iniciado a atividade, a agricultora tem cerca de 90 colmeias, de onde tira mais de duas toneladas de mel a cada safra. O produto é vendido em baldes de 23 kg, cada um sendo comercializado a cerca de 80/90 reais. “Faço tudo com o maior carinho, pois a apicultura foi a melhoria da minha vida e da minha família; devo tudo o que tenho hoje ao mel. A apicultura é minha independência”, conclui Jandira de Figueiredo.

Fonte: - Assimp/EBDA
Foto: google imagens



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Parceria Rei da Mandaçaia em Cruz das Almas

A muito tempo gostaria de montar um meliponário com Melipona scutellaris(uruçú verdadeira), porém sempre fiquei limitado ao fator climático já que todos os outros meliponários estão localizados nas Caatingas do Semiárido. Apesar de já criar uruçús em Feira de Santana, não tinham o mesmo desenvolvimento se comparado às criadas em sua região de ocorrência natural, aqui na Bahia (Mata Atlântica a e Chapada   Diamantina).
Quando cheguei em 2010 a Cruz das Almas, cidade situada no Recôncavo Baiano local perfeito para montar um meliponário com uruçús, tive a oportunidade de poder implantar o tão sonhado meliponário, porém por morar em um "apertamento" e estar sempre viajando não tinha como cuidar das abelhas. Foi aí que tive a ideia de fazer uma parceria com o meu amigo do mestrado Baden Bell, que inclusive trabalha com melhoramento genético da abelha Melipona quadrifasciata anthidioides, aía coisa deslanchou, pois além de criarmos com todas as técnicas também estamos fazendo o melhoramento genético dos nossos enxames,  selecionando-os com qualidades desejáveis para o produtor como tamanho de potes, diâmetro dos discos de cria, docilidade, comportamento higiênico etc. O nosso intuito é de produzir enxames com qualidade genética diferenciada para comercialização.
Hoje estamos, modéstia parte, com um belo meliponário implantado, rústico todavia com toda a técnica moderna de criação para fornecer a criadores um material genético sem igual.

Baden Bell a esquerda e eu durante um translado de uma uruçú com ótimas características produtivas
Rainha inspecionando o alimento aprovisionado, observe que ela está  marcada no tórax para facilitar a identificação e o controle da idade da mesma
 Rainha fisogástrica, observe  ovos em seu abdômen  






Fotos:Márcio Pires


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Na trilha das abelhas


Estudos indicam que uma grande parcela, possivelmente maior que 50% da polinização de árvores na Amazônia seria de responsabilidade das abelhas sem ferrão. Isso mostra que elas são um dos principais polinizadores das angiospermas [subdivisão do reino vegetal que compreende as ‘plantas superiores, explica Carla Sayuri Eto Farias, bolsista de iniciação científica do Museu Goeldi que, orientada pelo entomólogo Orlando Tobias Silveira, inventaria as abelhas da subtribo Meliponina.
Com tamanha capacidade, esses pequenos insetos se tornam um dos grandes responsáveis pelo equilíbrio e reprodução florestal na região. Além de desempenharem atividades de enorme interesse aos homens, a exemplo da produção de mel, cera, e própolis. Ainda assim, estudos faunísticos sobre os Meliponina ainda são escassos. Faltam inventários, não há chaves de identificação recentes para os dois gêneros mais importantes, Melipona e Trigona.
Movida por essas razões Sayuri Eto realiza, desde 2009, o trabalho “As abelhas sem ferrão de Belém e arredores (Hymenoptera: Apidae, Meliponina)”. A pesquisa faz coletas e identificação de abelhas pertencentes a esse grupo específico com o objetivo de dar subsídios para um futuro inventário (descrição detalhada da fauna de abelhas) desses insetos na região de Belém.
Abelhas, mas sem ferrão – Se Meliponina é um nome difícil para se imaginar o bicho, basta saber, então, que abelhas desse grupo são peculiarmente conhecidas por não terem ferrão. Sendo assim, seus mecanismos de defesa são outros: elas podem atacar em massa, emaranhando-se entre os cabelos ou entrando nas orelhas.
Para desenvolver o estudo, Carla selecionou três tipos de áreas na cidade de Belém (PA) e na região metropolitana: fragmentos de floresta, área agrícola e áreas de centro urbano. “Queríamos ver a ocorrência dessas abelhas nessas áreas e fazer um comparativo. E falar um pouco da adaptação dessas abelhas nos diferentes espaços. Aqui em Belém, não temos estudo sobre isso”, justifica a pesquisadora.
Áreas definidas, iscas eram postas para atração das abelhas, posteriormente capturadas em redes entomológicas. Em seguida se iniciava a fase de análise em laboratório. Para identificar as espécies, foram feitas comparações com as que já existem na Coleção Entomológica do Goeldi, bem como através de consultas à literatura especializada e a colegas de outras instituições.
Sayuri já identificou nove espécies, a partir da análise de 2.190 indivíduos que pertencem ao grupo Meliponina. O destaque ficou para abelhas do gêneroTrigona, encontradas nas três áreas, o que, possivelmente, indicaria uma maior tolerância ecológica das espécies. 
No decorrer de 2011, a pesquisa prossegue, mas desta vez em uma área preservada de Belém, o Parque Estadual do Utinga. Isso significa que há uma expectativa de aumentar o número de registros, uma vez que numa fauna local, na Amazônia, espera-se que haja, em números aproximados, entre 50 e 60 espécies diferentes.
Mel – Esse tipo de pesquisa, além de contribuir para o conhecimento mais aprofundado da fauna amazônica, também pode fornecer dados para a elaboração de planos de manejo das espécies. Os Meliponina “são muito importantes como produtores de mel. É um tipo de mel que é explorado tradicionalmente pelos habitantes da região e, mais recentemente, tem havido bastante estudo para tornar a criação possível em escala comercial”, pondera o entomólogo Orlando Tobias.
No entanto, se por um lado já existe toda uma tecnologia de produção, além do próprio hábito de consumo de mel das abelhas introduzidas do gênero Apis, ainda há pouca utilização do mel das abelhas nativas. Explorar essa nova possibilidade comercial é algo que ainda está em fase de estudo.
“O processo ainda é muito rústico. Em São João de Pirabas, perto de Salinas, há associações e cooperativas nas quais eles fazem o trabalho de manejo. Isso também tem a ver com a educação ambiental, porque os meleiros (como são chamadas as pessoas que extraem mel das árvores) acabam derrubando a árvore para tirar só aquele mel e pronto. Aí acaba com a colônia de abelhas. Hoje em dia, há pesquisadores da Embrapa que estão trabalhando para poder ensinar os modos de manejo, que não causem nenhum problema para as abelhas, nem para a natureza”, finaliza Sayuri.
Texto: Diego Santos

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

EBDA ESTIMULA PRODUÇÃO DE PRÓPOLIS VERMELHA NO SUL DA BAHIA



O Litoral Sul da Bahia possui uma extensa área de manguezais, e essa peculiaridade contribui para a exploração natural de um novo produto ligado à área apícola: a própolis vermelha. A substância é produzida pelas abelhas, principalmente, a partir da resina de uma planta muito comum nos mangues da região, a Dalbergia ecastophyllum, conhecida popularmente como rabo-de-bugio ou rabo-de-bugí. 
Ao analisar essa característica regional, aliada ao alto valor de mercado da própolis vermelha, - pode ser comercializada por até R$ 450, o quilo - e a pequena exploração do produto, na região, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Gerência Regional da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA) de Itabuna, começou, no ano passado, a incentivar os apicultores da região a trabalhar com esse produto, para aumentar a geração de renda familiar. 
O técnico da EBDA, do Escritório Local de Ilhéus, Welton Clarindo, vem buscando atualizações sobre técnicas e manejos para a alta produtividade, junto a apicultores que já trabalham com a própolis vermelha na região, desde 2007, e repassando-as para os iniciantes. “Essa produção não é bem difundida entre os apicultores daqui. Na nossa região, pode-se chegar a três vezes mais o volume produzido por colmeia de outros estados”, afirma Clarindo. 
Há quem pense que a planta, da qual é retirada a resina, só existe no estado de Alagoas, o que, segundo o técnico da EBDA, é um mito, pois pode ser encontrada desde o sul do Estado de São Paulo até o norte da Flórida, bem como em costas da África, porém, somente no Nordeste brasileiro ocorre a exsudação natural (sangramento natural) da resina. 
O produtor João Carlos de Souza, administrador da Fazenda São Jorge, na região de Maruí, no município de Una, é um dos apicultores que recebem assistência técnica da EBDA, para a produção da própolis vermelha. Ele acredita que a Bahia tem potencial para se tornar o maior Estado produtor de própolis vermelha, do Brasil, em um curto prazo de tempo. “Seguindo as orientações à risca, na execução das práticas, o resultado é a colheita certa”, diz o produtor, com otimismo. 
Em pelo menos seis municípios do litoral sul baiano conta-se com a presença de apicultores treinados e trabalhando com a própolis vermelha. De acordo com o técnico Clarindo, o grupo é formado por 21 produtores, sendo a produção estimada em torno de 20 kg/mês, uma quantidade ainda considerada pequena, se comparada a outros produtos apícolas da região. A maior parte da produção é vendida para uma empresa que exporta, principalmente, para o Japão. 
O biólogo e apicultor Jean Carvalho, do município de Canavieiras, é o pioneiro dessa produção, na região. Segundo ele, a própolis vermelha, do Sul da Bahia, faz sucesso no mercado por ter uma alta qualidade e ser produzida, sem interrupções, durante todo o ano. “O valor que eu arrecado, por ano, com a própolis vermelha é 10 ou 12 vezes superior à produção com mel”, diz, com entusiasmo, o produtor, que abandonou a produção de mel, e hoje só trabalha com a própolis vermelha. 
Benefícios 
Enquanto a própolis vermelha é utilizada pelas abelhas para selar as frestas das caixas e proteger as colmeias contra fungos e bactérias, o homem vem desenvolvendo pesquisas em dois sentidos: nos Estados Unidos, no tratamento dos sintomas neuro-vegetativos da Tensão Pré-Menstrual (TPM) e da Menopausa, e, no Japão, na minimização dos efeitos dos radicais livres. 
Devido a essa grande ação terapêutica, a própolis vermelha tem alto valor comercial, com uma diferença de preço, em relação à própolis comum, de até R$ 410,00. 
Fonte noticia: - Assimp/EBDA

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Para quem nunca viu uma revoada, aí vai uma de Uruçú!

Motivo e finalidade ainda não sabemos porém, quem tem a oportunidade de acompanhar o fenômeno da revoada garanto que nunca se esquecerá desse fenômeno que intriga criadores a pesquisadores, parece uma festa marcada com hora marcada de começo e fim, pois do mesmo jeito que surge a aglomeração de abelhas vindas de todas as colmeias para um baile dançante, elas se vão como num toque de recolher e retornam às suas colmeias depois do final festa.












Fotos: Márcio Pires